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Ana Beatriz Barreto

[OPINIÃO] Os livros estão acabando ou são os leitores que estão?

Já ouviu frases como “a literatura está morta”, “ninguém mais lê?” ou então “os livros logo vão deixar de existir”? Quando me perguntam com o que trabalho, é muito comum falas desse tipo virem à tona, afinal, por que trabalhar com algo que está “acabando”?


Primeiramente, precisamos acabar de vez com as ideias de que a literatura está morta ou que os livros vão desaparecer. Pensamentos assim são tão delirantes e absurdos quanto uma invasão alienígena (me desculpa se você acredita nessa possibilidade). Literatura não deixa de ser literatura por questão de opinião, você pode até não gostar daquele livro que está todo mundo falando, mas isso não quer dizer que ele não é um tipo de literatura. Além do mais, grande parte do conhecimento ocidental foi disseminado e armazenado por meio da escrita; imagine você ter que reinventar a roda, porque você simplesmente não sabia que já existia?


Uma coisa é certa: enquanto houver conhecimento humano circulando, haverá livros. Portanto, se você está preocupado com o fim deles, pode ficar mais aliviado, isso não vai acontecer tão cedo.


O fato de o Brasil apresentar um número pequeno de leitores regulares em comparação a outros países não implica no fim do livro ou da literatura ou do que quer que seja. O que esse fato evidencia é um baixo investimento da sociedade brasileira em leitores. Produzir livros continua sendo caro; ser escritor profissional continua sendo uma dádiva para poucos e a alfabetização brasileira ainda não alcançou o ideal. Isso tudo aliado ao pouco tempo que os brasileiros têm para lazer faz com que o número de leitores seja consequentemente pequeno.


O ponto é, as pessoas geralmente apresentam um natural interesse por uma boa história, o problema é que, no Brasil, ter acesso a ela é caro e muitos não têm tempo ou estão cansados demais para ler. Logo, infelizmente, a leitura, no Brasil, ainda é um privilégio.


Diante disso, você deve estar se perguntando: “então porque você escolheu justamente os livros como seu objeto de trabalho?". A resposta para mim é muito evidente: eu, assim como outros colegas, tenho a esperança de que um dia os livros serão tão disseminados quanto as novelas no Brasil. Para isso, colaboro todos os dias com o meu trabalho, na esperança de que estou contribuindo ao menos 1% para a valorização de todo tipo de literatura e conhecimento em território nacional.


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